Estacionar motocicletas ainda é complicado

Sem dúvida, o homem evolui em dois níveis distintos: enquanto a tecnologia avança fantasticamente, a mentalidade e os costumes seguem no ritmo das lesmas. Por isso, apesar do uso de motocicletas ter se tornado fundamental como meio de locomoção individual e prestação de serviços na vida atual, a mentalidade humana ainda privilegia os carros, que em nome do direito de locomoção individual atravancam o direito coletivo, ocupam mais espaço e congestionam tudo, causando desperdício e stress.

Mas, enfim, é a velha e vagarosa lesma. Os estacionamentos públicos e particulares acompanham o ritual da lesmice: no mesmo espaço onde cabem 30 carros, lentos e demorados para entrar, encontrar vagas, manobrar e finalmente estacionar, poderiam ser colocadas com maior agilidade 120 motocicletas. Quatro vezes mais. O resultado está na cara: as motos ocupam menos espaço e subtraem menos tempo. Logicamente, otimizam os benefícios das atividades humanas – serviços, trabalho, estudos - e os lucros, no presente caso para os donos dos estacionamentos.

Uma dica: faça um rápido exercício e crie um novo e promissor negócio, livrando-se desemprego -- um estacionamento de motos: parta de um valor simples, de R$ 0,10 por uma hora, adicione a economia de tempo, a compensação de espaço físico, o fluxo útil de usuários e compare com os automóveis. É fácil concluir qual tipo de veículo agiliza mais a atividade humana no item estacionamentos – se motos ou carros. E nem precisa levar em conta que a maioria dos carros transporta apenas uma pessoa, gasta mais energia, etc.

Voltando ao chão, estacionar a moto é um problema que atinge tanto os motociclistas, como as associações de fabricantes de motos, entidades de classe, estudiosos da legislação de trânsito e, claro, donos de estacionamentos. Só não atinge a imensa maioria dos nossos lesmóides políticos.

A falta de estacionamentos desincentiva o uso de motos. Para os motoboys, que vivem de suas motos, a situação é pior ainda . Eles precisam de locais para estacionar com agilidade e fazer suas entregas.

Só na área central da cidade há atualmente um déficit de 200 vagas de estacionamento para motos. Os bolsões atuais já estão muito deficitários.

Nas ruas centrais, que congregam muitos bancos e financeiras, o intenso vai e vem de motoboys costuma fazer com que até 10 motos fiquem enfileiradas aguardando a liberação de vagas junto ao meio-fio - o que gera verdadeiros congestionamentos de motos, atrasos nos serviços e, claro, muitas multas para sustentar as lesmas. Será que a prefeitura não enxerga isso? Os políticos só aparecem defendendo as motos na época de eleições.

Defende a abertura de mais bolsões de estacionamento seguros e práticos para motos em todos os tipos de uso - para trabalho, transporte, turismo ou lazer. A Todo mundo há de convir que a felicidade será geral!

Para quem entende de leis e circulação de veículos, estuda ou trabalha com elas, percebe que há um visível descompasso entre a realidade e sua organização.

Algumas regras de estacionamento em locais públicos são previstas no Código Brasileiro de Trânsito. E que sua não observação gera multas ou até mesmo a retenção das motos.

Está previsto que o estacionamento correto da motocicleta é em posição perpendicular ao meio-fio, com a roda traseira enconstada nele, salvo quando houver sinalização específica no local. Quem estaciona de forma irregular comete infração prevista no CBT, onde está grafado que a multa é de R$ 85,13, com perda de quatro pontos na carteira. Já estacionar sobre o passeio público, uma falta grave, prevê o recolhimento da moto e uma multa de R$ 127,69, com perda de cinco pontos.

As motocicletas são uma alternativa para desafogar o tráfego e melhorar a vida nas grandes metrópoles. Se a administração púclica não faz nada, os motociclistas abrirão seus próprios espaços para estacionar, de forma natural, de acordo com as necessidades.

O isolamento dos nichos estabelecidos para agrupar motos estacionadas nas áreas centrais da cidades não parecem ter um planejamento apropriado.

Quem sabe alguma lesma política acorda e as coisas começam a mudar.

Hoje só amanhã!
Silvio Cardoso

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