No futuro tudo, ou quase tudo será grátis

Nos negócios, o futuro é vender as coisas de graça. Parece radical? Depende. O modelo "grátis" é mais bem aplicado a produtos ou serviços cujos custos marginais estão próximos de zero. Por exemplo: para fazer mil automóveis populares, podem-se baratear os valores e cada um custará R$ 15 mil. Mas uma unidade adicional sairia por R$ 20 mil. Por essa razão os carros não são distribuídos de graça por aí. Porém, quando esse custo cai para perto de zero, como no caso das canetas esferográficas, por que não torná-las gratuitas de uma vez?

No mundo real, esse modelo vem dando as caras há mais de cem anos: uma empresa que produz lâminas, por exemplo, começou distribuindo aparelhos de barbear para lucrar com a venda de lâminas descartáveis. Tal sistema tem sido a base do negócio de mídia: as rádios são gratuitas, a televisão é gratuita . No caso da fábrica que produz as lâminas, é um truque de marketing. No caso dos rádios e das TVs, é um modelo que envolve três partes. A terceira delas, os anunciantes, subsidia as emissoras para que possam ser gratuitas para os consumidores, ou seja, aparentemente é de graça. Pelo menos assim o é para o espectador.

Podemos classificar em dois os modelos de "grátis": produtos "físicos" como canetas esferográficas, que são palpáveis, e outros que existem digitalmente. Em sua forma física, os produtos gratuitos são basicamente um truque de marketing. Para os digitais, o "free" é um modelo econômico imbatível. Se um produto pode ser concebido digitalmente, ele pode e DEVE ser gratuito. E isso não é um truque.

A crise econômica mudou a fonte de renda do modelo "grátis", bancado pela publicidade, para o de cobrança "freemium", que é quando se oferece um produto básico de graça e cobra-se por uma versão com mais recursos. Jogos online e aplicativos para smart phones são bons exemplos. Os periódicos também começaram a pensar nesse modelo de negócio na esperança de sobreviverem. No Brasil, uma banda famosa do norteste faz bom uso desse sistema, ao vender discos muito baratos a fim de divulgar seus shows, que é onde ganham dinheiro de verdade, modelo corretíssimo!

Quando essa estratégia migra para o mundo digital, tudo se torna mais fácil. Em parte graças à chamada cultura do desperdício de processamento, criada na Companhia da Califórnia, Estados Unidos da América, nos anos setentas. À medida que os transistores barateavam, aumentando o poder de processamento dos computadores , os engenheiros passaram a "desperdiçar" esse aumento de capacidade para criar interfaces gráficas mais fáceis de usar. Com isso, os computadores pessoais acessíveis a mais pessoas.

Hoje, "desperdiçamos" a internet. No saite onde se publicam os vídeos, a maioria deles temqualidade terrível, mas assistimos mesmo assim. Só porque há espaço de sobra na rede. A internet é basicamente desperdício de armazenamento de dados. Graças a isso, no futuro, mais serviços serão gratuitos. Há cinco anos, minha agente de viagens, e meu asssessor eram todos de carne e osso. Agora todos são programas de computador gratuitos. Qualquer coisa que possa ser transformada em um programa pode e DEVE ser grátis. Cada vez mais serviços serão transformados em softwares. Quem sabe, um dia, o veterinário do meu animal de estimação será um programa gratuito, ou, então, a professora da meu filho. Isso está perto de se tornar realidade. Aguarde e verás!

Hoje só amanhã!
E vai indo que eu não vou!

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